Verminage
terça-feira, janeiro 14, 2003
  Algumas coisas simples são desvalorizadas por serem simples. Um erro imenso, na maioria dos casos. Na verdade quando algo simples está pronto na nossa frente, nos parece tão simples que não há mérito algum naquilo. Porém criar algo simples é por demais complicado. Temos a tendencia de achar que tudo está feito. Pensamos que nada mais pode ser inventado. Não há mais para onde evoluuir, etc... Porém as coisas estão aí. Tão simples que não as percebemos, e quando são percecbidas se tornam tão simples que parececm sempre ter existido.
A respeito de música por exemplo, é facil imitar um ritmo já existente, e ele pode parecer simples, mas criar um novo é complicadissimo, exige toda uma reeducação, ou uma desconstrução do conhecimento cristalizado. quandop alguém se propõe a criar algo novo, vai pelo caminho de complicar (por sinal, o caminho mais fácil) e não tenta tirar da cabeça tudo e pensar como se fosse criar a primeira canção da história. O resultado geralmente sai algo ibecil e esquisito, bem complicado e descartavel. O caminho do simples foi feito por poucos. Cito aqui João Gilberto e The Beatles.
João Gilberto de fato se propôs a criar um ritmo novo. Quando voltou do rio para a Bahia, depois do fracasso de seus sonhos, ficou um mês na casa da irmã. Dentro do quarto mal saia para comer, somente tocando violão. Um dia saiu de la com duas canções, Bim bom e mais uma que me foge à mémória. Trouxe pro Rio e deu início a tudo isso.
Os Beatles criaram as bases que sustentam quase tudo o que temos em música pop e rock, e até brega. Eles não se trancaram num quarto e não estavam desiludidos, mas famosos e ricos trancados num estúdio com muitas mas muitas drogas mesmo. Saíram do estilo original, o ritm'n'blues e passaram a fazer muita música experimental.

Fugi do assunto denovo.

Meu Bisavo (oou foi tataravô??), quando chegou a luz elétrica na casa dele, disse que isso era modismo e que passava. Não tirou a tubulação de gás encanado e nem deixou ninguém mexer nos candieiros dele. Depois acaba isso de eltricidade eu ainda tenho meu gás...
 
segunda-feira, janeiro 13, 2003
  Somos levados a aceitar as coisas (a vida, o mundo, tudo!) como normais. mas as coisas não sõa normais! Nada disso faz muito sentido, e se pararmos para pensar um pouquinho sobre isso chegamos aa conclusão de que é tudo Muito estranho e louco pa caralho. Nada disso é "normal"! 
 
 
  . Sempre me interessei por idiomas. Penso que ao aprender um idioma, o mundo se abre para você de uma forma incrível. São mais pessoas com quem você pode se relacionar e mais locais onde você pode compreender e ser compreendido.
. Porém, mais que isso um idioma abre em sua cabeça mais uma forma de pensar, ver e dizer o mundo. Afinal cada cultura pensa de uma forma e traduz isso em seu idioma. Ao tentar entrar em contato com esse mundo, você se depara com um sem número de expressões idiomáticas e formas (gramaticais ou não) de dizer as coisas. Muitas vezes tudo isso soa estranho, mas após algum tempo torna-se inconcebível dizer certa frase de outra forma no novo idioma. As coisas "doem no ouvido" se não forem ditas da forma correta.
. Em alemão não se diz “eu e meu amigo”, mas “meu amigo e eu”. O "eu" vem sempre no fim da frase. Não sei porquê, mas se alguém fala isso na ordem errada, na língua alemã, soa muito estranho. No inglês utilizam-se expressões no gerúndio que são quase intraduzíveis (o quase é porque eu já traduzi isso em minhas provas de inglês na Alemanha, mesmo ficando horrível em alemão, da forma mais correta).
. Enquanto eu estava na Alemanha, conversando com Flávio em português, nós utilizávamos, a todo instante, expressões alemãs sem tradução em português como "einfach so" (simplesmente assim) ou "doch" (negação de outra negação). Quando cheguei no Brasil sentia muita falta de expressões idiomáticas, e muitas vezes queria dizer algo de uma certa forma e não conseguia encaixar numa frase portuguesa de forma a traduzir exatamente meu sentimento.
. O que gerou essa reflexão em minha cabeça mais uma vez esta tarde foi a frase: "How does it feel to be one of the beautiful people?" da música Flying do álbum Magical mistery tour dos Beatles. Eu tentei traduzir e não consegui. Ou até consegui, mas o sentido original foi distorcido. "How does it feel" seria traduzido ao pé da letra como "como isso sente". Eu tarduzi "como é ser uma das pessoas bonitas", mas não é essa a pergunta, a pergunta se refere ao sentimento que isso causa na pessoa, como ela sente como é para ela... Ah! Não há como!
. Por essas e outras expressões é que eu sinto o idioma não só como código, mas como um modo diferente de entender as coisas.

. Um dia eu quis dominar todos os idiomas do mundo. Daí eu não pensaria mais em língua nenhuma, eu simplesmente sentiria as coisas e as traduziria, se necessário fosse, na língua mais conveniente. Seria isso possível 
domingo, janeiro 12, 2003
  Como é ser uma das pessoas bonitas? 
VERRRRRRMEs

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